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1 comentário:

Luís Botelho Ribeiro disse...

interpretou muito mal o sucedido...
- Volta cá, meu caramelo – gritava Asnágoras, que não sabia que aquilo se chamava p.c.b., ofegante. E corria, corria...
Nunca mais o viu.
Foi então que teve para os amigos este desabafo célebre:
- Que brincadeiras do caramelo!
Aina com esperança de reaver a tal peça, entro a fazer retratos-robot nas paredes, oferecendo recompensa a quem o encontrasse que lhe fazia muita falta. De noite, uma mão misteriosa fazia com qu de manhã se pudesse ler também ler:
- Também me faz falta. Quando o encontrares... “Rua de Troia, nº30, AVEINAS”. Os aveinenses e os gregos em geral sempre foram muito amigos dos troianos!
À parte tudo isto, ele ia perguntando pelas ruas se alguém lho tinha visto. A coisa passava-e assim:
- A senhora desculpe-me, mas já viu o meu...
- O seu quê?
- O meu... (e fazia o gesto conhecido por “queres fiado, toma”.
Aqui as reacções diferiam. Umas batiam-lhe, escandalizadas. Outras: “Não, não tive o prazer...” E outras, ainda mais atirada:
- Vamos lá a sua casa ver isso e fazer uma “flexões”.
Chegados lá, Asnágoras, curto como era de entendimento, punha-se a “encher” e ela, desiludida, ia-se embora.
E continuou assim nessa triste vida de celibatário até que um dia ia a passar num jardim onde um caloiro se declarava, cheio de papas na língua, a uma menina de Aveinas. Dada a inexperiência do “D. Juan”, Cupido tentava desatar-lhe a língua a rajadas de arco e besta. Asnágoras viu Cupido assim tão a jeito que decidiu vingar-se do divino rapto do seu inseparável (que afinal se separou), fazendo-o provar do seu próprio remédio.
Quando, à noite, o Cupido se dispunha a tentar mais uma vez com a Cupida a ver se saía um Cupidozinho para continuar o negócio [...]