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1 comentário:

Luís Botelho Ribeiro disse...

Nós, caloiros, os “burros” da minha sociedade académica idealizada, seremos o obreiro da igualdade entre o caloiro e o Veterano; porque afinal somos todos da mesma massa, difereno apenas na inteligência, em que nós nos superiorizámos, uma vez que vimos do burro, fase psicológica que nenhum Veterano sonha alcançar!
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(Discurso às massas durante a revolução dos caloiros, em pouco tempo sufocada a tratos de gozo, sátira e ridículo pelos omnipotentes e ominscientes Veteranos)

CALOIROS!
Acabo a tirania dos Veteranos. A partir de agora somos considerados pessoas normais. Somos gente, amigos! Perceberam o alcance desta nossa qualidade? Já podemo servir-nos das retretes públicas. Acabou o tempo em que o caloiro saía da aula apertado e tinha de ir fazer à horta e limpar a p.f.a.d. (Parte final do aparelho digestivo) com uma folha de videira ou figueira.
Já lá vai o tempo em que o caloiro, raça perseguida desde tempos imemoriais, suba às árvores ante a aproximação da “brigada de praxe” a fim de evitar as desagradáveis recordações que sempre ficam ao caloiro (claro!) desses encontros imediatos. (no entanto o golpe nem sempre resultava pois se os Veteranos se lembravam de sacudir a ramagem para apanhar fruta o caloiro caía e eles faziam-lhe o mesmo que à fruta – descascavam-no mas não o comiam pois a carne de burro é indigesta- diziam eles!) Passaram os dias em que se fazia o caloiro encher de ar, a poder de pulmão, uma bexiga de porco com que os nobres Veteranos se divertiam com o futebol grego. Enquanto a nossa revolução for triunfante, não mais se procederá ao “infame”banho de latrina”, versão única para caloiros.